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Breve História da Cerâmica

Esta é uma história da cerâmica tratada de forma muito breve, pois falar da história da cerâmica é um assunto muito longo, já que sua origem é muito antiga, e acompanha praticamente todos os povos.


Cerâmica. Do grego, Kéramos – “terra queimada” ou “argila queimada”.

A história da cerâmica acompanha a história do homem, que muitas vezes pode ser contada através de vasos, ânforas, taças encontradas em sítios arqueológicos. Através desses objetos, pudemos deduzir um pouco de suas culturas, hábitos, costumes religiosos e até mesmo movimentos migratórios de povos antigos que já desapareceram.


A cerâmica é produzida pelo homem há cerca de 10-15 mil anos, desde que o homem descobriu o fogo, e é muito encontrada em escavações arqueológicas, o que nos mostra que ela está presente na vida da humanidade há muito tempo.


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As primeiras peças de cerâmica decoradas tinham motivos relacionados ao cotidiano das comunidades, como a caça, os animais e a luta, por exemplo.


Provavelmente a descoberta da cerâmica foi algo acidental, alguma peça feita de argila que caiu no fogo, ficou lá e, depois que o fogo cessou, viu-se que continuava inteira, ao contrário do que ocorria com outras coisas que caíam no fogo. Mais que isso, perceberam que estava resistente e impermeável, tornando possível guardar comida, água.


Foram encontradas peças de cerâmica no Japão do período Neolítico, na área ocupada pela cultura Jomon, de cerca de 8 mil anos ou mais; vasos para fins religiosos nas tumbas de faraós no Egito. Uma obra antiga de cerâmica que se tornou bastante conhecida foi a réplica do exército de soldados em tamanho natural para decorar o túmulo do Imperador chinês Chi-Huan-di, que nasceu por volta de 240 a.C.


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Por ser um material resistente e mais fácil de modelar que a pedra, por exemplo, a cerâmica é utilizada pelo homem para diversos fins, como em utilitários, artes, superfície para escrita e até mesmo na construção de casas.


No geral, a cerâmica sempre teve uma forte relação com a estética e a arte – com exceção dos tijolos e telhas, comumente utilizadas na construção desde a Antiguidade na Mesopotâmia.


Os primórdios do torno, como conhecemos hoje, surgiram no Mediterrâneo, aproximadamente em 2000 a.C., por um trabalhador que inventou uma roda de madeira movida por um pedal. Dessa forma, era mais fácil e rápido produzir peças com a superfície lisa e espessura uniforme.


Os chineses foram os primeiros a usarem o caulim, produzindo vasos translúcidos e leves; nascia, assim, a porcelana chinesa, tão conhecida por nós.


Da Itália veio a faiança, também bastante conhecida, remetendo ao nome da cidade Faenza. A Itália desenvolveu sistemas de cozimento e de esmaltação que foram mantidos em rigoroso segredo.


Os azulejos, por sua vez, foram muito difundidos pelos islâmicos. O próprio nome azulejo vem do árabe, do termo “azuleicha” – pedra polida. Os árabes introduziram os arabescos e as formas geométricas na decoração dos azulejos, levaram para a Espanha e, de lá, se difundiu por toda a Europa.


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A cerâmica de corda seca tem sua origem na Pérsia, durante o século XIV, como alternativa ao mosaico. A princípio, a decoração desse azulejo era feita em forma de estrela, com estrutura baseada na flor de lótus estilizada com dez pétalas. Atualmente, utilizamos a corda seca como uma técnica de pintura que permite criar um certo relevo, mas não necessariamente seguindo o mesmo motivo gráfico original.


Os azulejos portugueses, tão difundidos em nossa cultura, começaram a ser produzidos no século VXI. Foi uma fusão de referências vindas dos islâmicos, assírios, persas, egípcios e chineses. Mas os azulejos como conhecemos atualmente têm sua origem no século XVIII, quando o Marquês de Pombal criou a Fábrica de Loiça do Rato, simplificando os padrões dos azulejos para diminuir o custo da produção.

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No Brasil, a história da cerâmica começa na Ilha de Marajó, a famosa cerâmica marajoara (embora estudos arqueológicos tenham indicado a presença de uma cerâmica mais simples na região amazônica de cerca de 5 mil anos atrás).


A cerâmica marajoara é fruto do trabalho das tribos indígenas que habitavam a Ilha de Marajó. É uma cerâmica conhecida pela sua sofisticação estética e objetos decorativos e utilitários, caracterizada pelo uso de pintura vermelha ou preta sobre fundo branco.

Uma das técnicas mais utilizadas para ornamentação desta cerâmica é a do champlevé ou campo elevado, onde são conseguidos desenhos em relevo por meio de decalque de desenhos sobre uma superfície alisada e escavando em seguida a área sem marcação.(1)


Entre os motivos de decoração mais comuns encontrados nesta cerâmica estão animais da fauna amazônica, como serpentes e macacos, a figura humana e figuras antropozoomórficas. Tendo em vista o aumento a sua resistência do produto final eram agregados antiplásticos ou tempero na argila, dentre os quais cinzas de cascalho e de ossos e concha. Antiplástico ou tempero são termos que se utiliza para designar os elementos, como por exemplo, cacos, conchas moídas, cascas de árvores queimadas e piladas, espículas de esponjas, areia, etc. que são acrescentados na argila para torná-la mais resistente evitando que se quebre durante o processo de fabricação de um artefato.(2)


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(1) Aurélio M. G. de Abreu. "Civilizações que o mundo esqueceu". São Paulo: Hemus, 1990. ISBN 8528902455.

(2) Eduardo Góes Neves. "Os índios antes de Cabral: Arqueologia e História Indígena no Brasil". In Aracy Lopes da Silva. A temática indígena na escola. São Paulo: Mari, 1995:171-193.


Mais sobre cerâmica Marajoara aqui.

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